NOVO MANIFESTO PELA FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES DE MAIO, E FIM DA "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE"

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Quinta-feira (17/12): lançamento em SP do livro "Auto de Resistência" e exibição do vídeo "Luto como Mãe"

COMPAS:
NÓS, MÃES DE MAIO, PEDIMOS A VOCÊS POR FAVOR QUE REFORCEM A DIVULGAÇÃO DESTA NOSSA ATIVIDADE.
ESTÃO VINDO PARA SÃO PAULO VÁRIAS GUERREIRAS DO RIO DE JANEIRO, E SERÁ UM IMPORTANTE ENCONTRO PARA NÓS.
O DEBATE TAMBÉM SERÁ TRANSMITIDO PELA INTERNET PELO SÍTIO "PASSA PALAVRA".
FAVOR REFORÇAREM A DIVULGAÇÃO EM SEUS SÍTIOS E SUAS LISTAS. E COMPAREÇAM!
MUITO OBRIGADA,
MÃES DE MAIO


Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência (RJ) e Mães de Maio (SP) convidam:
LUTO COMO MULHER, LUTO COMO MÃE
- Lançamento em São Paulo do livro "Auto de Resistência - Relatos de familiares e vítimas da violência armada" e Exibição do filme "Luto como Mãe" -
Quinta-feira, dia 17/12, às 18:00hs no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Debate com a participação de:
Mães de Vítimas do Estado no Rio de Janeiro
Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência (RJ)
(co-autoras do livro e participantes do filme)
Débora Maria Silva
Mães de Maio (SP)
Rose Nogueira
Grupo Tortura Nunca Mais (SP)
Tatiana Merlino
Núcleo Memória e Revista Caros Amigos (SP)
Ao final do debate e da exibição do vídeo haverá um pequeno coquetel e a sessão de autógrafos dos livros com as Mães do Rio.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo
fica na Rua Rego Freitas,530 - Sobreloja - Campos Elíseos
Telefone para contato: 11-3217-6299
CONTATOS:
RJ - Patrícia de Oliveira (21) 2210-2906, (21) 9809-9199
SP - Débora (13) 8124-9643
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO E O FILME:
"AUTO DE RESISTÊNCIA - Relatos de Familiares e Vítimas da Violência Armada"
"Auto de Resistência" foi escrito por vinte e um familiares de vítimas da violência no Rio de Janeiro. Mães, esposas e irmãs cujo sofrimento conta uma parte da história da cidade, envolvendo chacinas, sequestros, omissão e impunidade. Mas este não é um livro de denúncias ou um relato de tragédias individuais: é antes um grito contra a indiferença e a banalização do horror. Mostra a força de quem resiste, de quem não se intimida e utiliza o próprio sofrimento para prevenir o sofrimento alheio; de quem tem coragem e vontade de aprender e de transformar.
ISBN: 9789575776046
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 21 x 21 | 164 págs.
ANO EDIÇÃO: 2009
ORGANIZADOR: Tatiana Moura | Carla Afonso | Barbara Musumeci Soares
AUTOR: Marcia Oliveira Silva Jacintho | Roberto Wilson Bastos | Elizabeth Medina Paulinho | Maria da Penha Sousa Silva | Denise Alves Tavares | Vilma Jurema Carvalho de Mello | Dulcinea da Silva Sipriano | Patricia de Oliveira da Silva | Jose Luiz Faria da Silva | Julia Preciliana Procopio | Euristea Sant'Anna de Azevedo | Siley Muniz Paulino | Regina Celia de Oliveira Lacerda | Patricia de Jesus | Ana Amelia Silva Rocha | Marilene Lima de Souza
LUTO COMO MÃE
(Luís Carlos Nascimento, Rio de Janeiro, 2009)
A cidade do Rio de Janeiro, Brasil, é palco de execuções sumárias e arbitrárias cometidas por agentes do Estado. Cada morte arrasta consigo a dor de quem fica, afetando todo o seu círculo social, especialmente a família e amigos. O documentário “Luto Como Mãe” centra-se nas histórias destes sobreviventes, maioritariamente mulheres, e no seu rito de passagem do luto à luta por justiça e contra a invisibilidade.
Mais informações: www.lutocomomae.com

segunda-feira, setembro 28, 2009

Ato Político-Cultural na estréia do filme "Salve Geral"


SALVE A VERDADE E A JUSTIÇA!!!
O ESTADO NO BANCO DOS RÉUS!!!
CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE POBRE E NEGRA!!!


Sexta-feira, 02 de Outubro de 2009, às 18hs
em frente ao Espaço Unibanco de Cinema
(Rua Augusta, 1475 - próximo à esquina com a Av. Paulista)


--- pedimos para que tragam velas, tambores, fotos e camisetas das vítimas históricas do Estado Brasileiro (em particular das vítimas dos “Crimes de Maio” de 2006) ---


"Nós não queremos saber de ficção, queremos saber da realidade!"
Débora, mãe de vítima dos ataques da polícia em maio/2006


02 de outubro de 2009. Aqui estamos mais um dia. E a história se repetindo como farsa trágica.

Nós seguimos sem ter nada o quê comemorar... Nós, familiares, amigos e amigas das vítimas dos ataques da polícia durante uma das maiores chacinas da história brasileira, os "Crimes de Maio" de 2006, não fomos ouvidos durante a produção deste filme hollywoodiano que hoje é lançado sobre a nossa história: "Salve Geral". Não fomos consultados nem convidados pra mais essa festa que os homens armaram pra nos convencer... Viemos contar nossa história real, que também daria um filme...

Há pouco mais de três anos, o chamado "estado democrático de direito", por meio de seus agentes policiais e pára-militares, promoveu um dos mais vergonhosos escândalos da história brasileira. Durante o mês de maio de 2006, em uma suposta resposta ao que se chamou na imprensa de "ataques do PCC", foram assassinadas no mínimo 493 pessoas, entre mortos e desaparecidos. Sendo que a imensa maioria delas - mais de 400 jovens negros, afro-indígena-descendentes e pobres – executados sumariamente pela polícia militar do Estado de São Paulo. Somos centenas de mães, familiares e amigos que tivemos nossos entes queridos assassinados covardemente, e até hoje seguimos sem qualquer satisfação por parte do estado brasileiro: os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da Verdade dos fatos; sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado brasileiro); sem qualquer proteção, indenização ou reparação por parte do estado que nos tirou os nossos jovens. Um estado que ainda insiste em nos sequestrar também o sentimento de Justiça!

O desprezo pela memória e pela história fez ainda que o dia de estréia deste filme "Salve Geral", feito com base na nossa dor e que deverá concorrer ao Oscar no ano que vem, coincidisse também com outra data que é um marco emblemático da injustiça e da violência do Estado Brasileiro contra seus próprios cidadãos pobres, indígena-descendentes e negros em particular. Há exatos 17 anos, no dia 02 de outubro de 1992, os agentes policiais do Estado de São Paulo protagonizaram uma outra matança em série, desta vez na Casa de Detenção de São Paulo, covardemente contra pessoas sob a sua custódia: seres humanos sem qualquer possibilidade de defesa. Um episódio sangrento que ficou conhecido como "Massacre do Carandiru" e que teve ao menos 111 pessoas assassinadas por agentes policiais, segundo os números oficiais. Outro crime em série do Estado Brasileiro que permanece sem investigações corretas, sem julgamento ou condenação dos verdadeiros culpados - a começar pela alta cúpula do estado, Fleury e cia. Sem qualquer reparação para as vítimas e seus familiares. Outro episódio que, no entanto, a indústria cultural conseguiu fazer mais dinheiro em cima da dor das vítimas: produzindo filmes espetaculares, séries televisivas, livros e outras mercadorias descartáveis. A Verdade e a Justiça que é bom: mais uma vez não compareceram na estréia...

Relembramos hoje, portanto, que em apenas dois episódios sangrentos só aqui em São Paulo, MAIS DE 600 VÍTIMAS POBRES E NEGRAS. Isso para não falar das violências e execuções sumárias cotidianas que atingem sobretudo as periferias urbanas de todo país: uma pesquisa divulgada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, UNICEF e Observatórios de Favelas, no dia 21/07/2009, afirma que se as estatísticas permanecerem como estão, mais de 33.5 mil jovens terão sido executados no Brasil no curto período de 2006 a 2012. Os estudos ainda apontam que, os jovens negros apresentam risco quase três vezes maior de serem executados em comparação com os brancos.

Tantos casos e números que são ainda mais impressionantes do que todos os absurdos cometidos durante a ditadura civil-militar brasileira pelo mesmo estado brasileiro, só que agora seus agentes matam em nome da "democracia" e da "segurança". Casos com contornos de crueldade que só mudam o endereço de região para região do país: a Chacina da Candelária e de Vigário Geral no Rio de Janeiro (1993), o Massacre de Corumbiara em Rondônia (1995), o Massacre de Eldorado dos Carajás (1996), a Chacina da Baixada Fluminense (2005), a chacina do Complexo do Alemão (2007) a chacina de Canabrava, de Plataforma e a matança generalizada em Salvador na Bahia (2006-2009), entre outros tantos casos no dia-dia do povo pobre brasileiro. A imensa maioria deles sem investigação correta, muito menos punição dos seus verdadeiros responsáveis.

Nomes e números que jamais conseguirão traduzir o sentimento de perda e de dor irreparável das famílias todas: repetimos para nos fazer ouvir que só aqui em São Paulo, durante estes dois episódios de matança estatal (o "Massacre do Carandiru" e mais recentemente os "Crimes de Maio de 2006"), foram mais de 600 famílias destruídas e outras milhares dilaceradas pela dor da perda de seus entes queridos.

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO GENOCÍDIO CONTRA A CLASSE POBRE, A POPULAÇÃO INDÍGENA-DESCENDENTE E NEGRA DO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO CHAMADO "AUTO DE RESISTÊNCIA" ou "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE", FARSAS LEGAIS QUE TEM INSTITUÍDO E DADO NA PRÁTICA O AVAL PARA UM VERDADEIRO ESTADO DE SÍTIO NO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O DESARQUIVAMENTO E A FEDERALIZAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE OS ATAQUES DA POLÍCIA EM MAIO DE 2006, DURANTE OS "CRIMES DE MAIO"!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR QUE O ESTADO BRASILEIRO E SEUS AGENTES VÃO PARA OS BANCOS DOS RÉUS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR A VERDADE E A JUSTIÇA HISTÓRICA SOBRE TODAS AS MORTES COMETIDAS PELO ESTADO, E A PUNIÇÃO DE TODOS OS RESPONSÁVEIS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR VOZ, PROTEÇÃO, ASSISTÊNCIA, INDENIZAÇÃO E REPARAÇÃO A TODAS AS FAMÍLIAS DE MORTOS E DESAPARECIDOS, SOBRETUDO PARA AS MÃES E COMPANHEIRAS DE VÍTIMAS!!!


EM NOME DA MEMÓRIA DE NOSS@S FAMILIARES E NOSS@S AMIG@S
MORT@S OU DESAPARECID@S PELO ESTADO BRASILEIRO


“MÃES DE MAIO” DA ASSOCIAÇÃO AMPARO DE FAMILIARES E VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA

Mais informações: http://www.maesdemaio.blogspot.com/

terça-feira, julho 28, 2009